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terça-feira, 27 de julho de 2010

Do outro lado da janela.



"Através de cada janela, existem coisas que você talvez nunca tenha reparado"


Atravessei a porta da sala correndo. Minha mãe, que sabe que eu nunca sou de entrar em um recinto e não cumprimentar as pessoas -eu não sou educada, é mania- estranhou a minha atitude. Dali, ela gritou:
- Ei, aonde está a educação?!
Não respondi. Não estava em estado de responder a ninguém. Apenas fechei a porta e passei a chave na fechadura. Recostei nela e fui deslizando, até sentir o frio do piso. Fechei os meus olhos com toda a minha força, na tentativa de que quando os abrisse, nada disso estivesse acotecendo. Infelizmente isso não deu certo; quando abri, tudo estava como tinha deixado, há pouco mais de dez segundos atrás. Respirei fundo, deixando escapar um suspiro, que para qualquer pessoa podia ser interpretado como um suspiro melancólico. Decidi que não iria me levantar, ficaria ali no chão mesmo, afinal, desconfortável não estava. Da altura onde eu sentava, dava para ver o sol por trás das árvores, em tom alaranjado quase fluorescente. Se você reparasse atentamente, com os olhos fixados nele, perceberia que ele descia bem lentamente, com o passar dos segundos.
Isso me distraiu por um breve tempo, me fazendo logo voltar a realidade, ali no chão frio do quarto. As cenas insistiam em se exibir na minha mente e como se estivesse em 'repeat', se repetiam velozmente parecendo não ter fim. A frase que eu ouvi latejava na minha cabeça, como quem repete a mesma coisa mil vezes para alguém que não entendeu. Mas eu entendi. Entendi na primeira vez que ele me disse, e com todas as palavras.
"Eu não preciso de você". Garanto que é a frase que mais dói ao ser ouvida saindo da boca de um garoto do qual você depositou toda a confiança e amor que alguém poderia ter. É incrivel como a superioridade toma conta da cabeça de alguém, quando no entanto, essa pessoa é tão boa quanto todas as outras. Sentindo uma lágrima descer o meu rosto, borrando a minha maquiagem, prometi a mim mesma que aquela seria a última gota d'água que eu derramaria por alguém que não valesse a pena. Enxuguei a lágrima com a manga da blusa, sujando de preto -mesmo sabendo que a minha mãe surtaria ao ver mais uma peça de roupa minha manchada de maquiagem- respirei fundo, me levantei e ao olhar através da janela, vendo o céu que agora estava em tom azul-roxeado, conclui: Amanhã será um novo dia.

Beijos e me liga para contar do seu dia :*

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Um comentário:

Não leio mentes ainda, então não vou saber o que você achou a menos que comente.