O espelho a encarava. Refletia um rosto calmo, delicado, uma pele
clara e lábios levemente rosados. As cortinas da janela de madeira balançavam
de forma que anunciasse a manhã fresca que estava por vir; e a harmonia da
brisa, junto dos poucos raios de sol que conseguiam atravessar as nuvens, era
quase a mesma harmonia que se instalava dentro da garota. Há muito não se
sentira tão bem.
Passou a escova por entre os cabelos dourados e amarrou os delicados cachos com uma fita de cetim branca. Passou a palma das mãos pela caixinha de jóias, encapada por um veludo vermelho, e tirou a poeira que ali repousava. Abriu-a e, deixando escapar uma doce e lenta música dali de dentro, passeou a ponta dos dedos pelos cantos da caixa, como quem acariciasse algo. Pescou o brinco que mais adorava: uma pequena estrela dourada. Colocou-os e em seguida puxou uma correntinha, cujo pingente era um relicário. Ali dentro descansava uma foto, e carregar aquela corrente junto do peito toda vez em que saía era uma forma de manter perto dela quem estava longe.
Voltou a olhar-se no espelho. Ajeitou o vestido, deu uma leve borrifada de perfume em cada lado do pescoço, e em seguida sentou-se à beira da cama. Estava pronta. Prontinha. Só faltava acreditar que finalmente o momento chegara. Custou a entender que poucos minutos era o que a distanciava do abraço que desejara desde o último longo semestre.
Já te disseram que a saudade é capaz de torturar as pessoas? E se você acha que existe sentimento pior do que a saudade de quem não se pode ter ao lado sempre, sinto lhe dizer, mas você está redondamente enganado. Só quem sente é que sabe.
A garota do vestido longo, de tecido fino e flores levemente desbotadas levantou-se, deu uma breve olhada no espelho e sorriu com o resultado que ali se refletia. Ela estava em paz. Por mais íncrivel que isso possa parecer, ela estava plenamente em paz.
Apanhou a bolsa e saiu porta a fora, saltitando por dentro e exalando alegria.
No final do dia, quando o sol se escondeu e permitiu que aquelas duas pessoas sentadas a beira do lago fossem iluminadas pela luz da Lua, ela sentiu-se da mesma forma que havia se sentido na última vez em que vira quem tanto amava. E, novamente, concluiu: a despedida é a pior parte de um reencontro.
Beijos e me liga pra contar do teu reencontro :*
PS1: Acho que não tenho muito o que dizer depois deste conto...
PS2: Ando estado tão ausente do blog que até me sinto envergonhada... só tenho que pedir desculpas :(
PS3: Comente, deixe sua marquinha aqui ;)
Passou a escova por entre os cabelos dourados e amarrou os delicados cachos com uma fita de cetim branca. Passou a palma das mãos pela caixinha de jóias, encapada por um veludo vermelho, e tirou a poeira que ali repousava. Abriu-a e, deixando escapar uma doce e lenta música dali de dentro, passeou a ponta dos dedos pelos cantos da caixa, como quem acariciasse algo. Pescou o brinco que mais adorava: uma pequena estrela dourada. Colocou-os e em seguida puxou uma correntinha, cujo pingente era um relicário. Ali dentro descansava uma foto, e carregar aquela corrente junto do peito toda vez em que saía era uma forma de manter perto dela quem estava longe.
Voltou a olhar-se no espelho. Ajeitou o vestido, deu uma leve borrifada de perfume em cada lado do pescoço, e em seguida sentou-se à beira da cama. Estava pronta. Prontinha. Só faltava acreditar que finalmente o momento chegara. Custou a entender que poucos minutos era o que a distanciava do abraço que desejara desde o último longo semestre.
Já te disseram que a saudade é capaz de torturar as pessoas? E se você acha que existe sentimento pior do que a saudade de quem não se pode ter ao lado sempre, sinto lhe dizer, mas você está redondamente enganado. Só quem sente é que sabe.
A garota do vestido longo, de tecido fino e flores levemente desbotadas levantou-se, deu uma breve olhada no espelho e sorriu com o resultado que ali se refletia. Ela estava em paz. Por mais íncrivel que isso possa parecer, ela estava plenamente em paz.
Apanhou a bolsa e saiu porta a fora, saltitando por dentro e exalando alegria.
No final do dia, quando o sol se escondeu e permitiu que aquelas duas pessoas sentadas a beira do lago fossem iluminadas pela luz da Lua, ela sentiu-se da mesma forma que havia se sentido na última vez em que vira quem tanto amava. E, novamente, concluiu: a despedida é a pior parte de um reencontro.
Beijos e me liga pra contar do teu reencontro :*
PS1: Acho que não tenho muito o que dizer depois deste conto...
PS2: Ando estado tão ausente do blog que até me sinto envergonhada... só tenho que pedir desculpas :(
PS3: Comente, deixe sua marquinha aqui ;)
Que lindo! *--*
ResponderExcluirDespedidas não são nada fáceis, gostei da forma como se expressou.
Já disse, e vou repetir, me sinto dentro das tuas histórias. É maravilhoso o jeito como descreve cada detalhe, cada movimento dos personagens... E indo ao tema, despedidas, saudades, todos os "fins" destroem qualquer um.
ResponderExcluirBeijos!
Espetacular esse texto
ResponderExcluirme prendeu até p final
Parabéns Yasmin
Saudade é algo que realmente deixa marcas.
Abraço !!
Att,
sawuelbruno™
Bonito! Reencontro são assim, a gente demora tanto pra ficar forte, de bem com a vida e lidando com a saudade, que quando vemos o amado novamente, tudo muda. Perdemos o chão e vemos o quão necessário ele se faz em nossa vida. Beijos
ResponderExcluirai que fofura!! quando a saudade se resolve unir à distância pode preparar os olhos - as lágrimas chegam rapidinho.. só quem vive sabe... =/
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirLinda forma de descrever, uma delicadeza que nos envolve na leitura... Perfeito! Reencontros são lindos e ao mesmo tempo crueis, sempre abalando nossas estruturas...
ResponderExcluirAmei demais, Yasmin! Texto maravilhoso! *-*
Beijos, flor!
Saudades, só sente é que realmente sabe. Sentimento traiçoeiro as vezes outras vezes gostoso de sentir, outras triste.
ResponderExcluirLindo conto flor!
Beijos
Nhaw, Yasmin, que texto doce! Acho que são os detalhes, fazem dele tão lindo de se ler, de se degustar, e cada detalhe é tão precioso, tão delicado que a gente acaba se vendo nas palavras, na personagem. E aguentar a saudade é algo tão difícil de suportar, a gente tenta esconder, dizer que está tudo bem, mas na verdade sabemos o que queremos, e sabemos mais ainda o quanto dói não o termos por perto.
ResponderExcluirTão doce, mesmo que essa saudade seja de dor. Da distância de alma. Gostei muito.
ResponderExcluirQue coisa fofa Yasmin. Exalando aquele nervosismo que se dá quando vai ver a pessoa novamente,rs.
ResponderExcluirFofo mesmo *-*